04/02/2021

Moedas de Portugal emitidas no ano de 1981

 


1$00 (Latão-Níquel)

KM# 614; AG - R.27.01
Autor:  Marcelino Norte Almeida
Características: Latão-Níquel (Cu 780,Zn200, Ni 20)
Dia. 18 mm; Peso 3, g; Bordo liso; Eixo vertical
Moedas emitidas: 30.164.739

A crise económico financeira que assolou Portugal no pós-revolução de 25 de Abril de 1974, agravada pela crise do Petróleo de natureza mundial, levaram à necessidade de medidas de urgência para relançamento da economia. Entre elas encontrou-se a desvalorização do Escudo de modo a potenciar as exportações. Tal medida conduziu a que a moeda de 1$00 em bronze tivesse um valor em metal e um custo de produção muito superior ao seu valor de circulação, o que a tornou incomportável. Nesse sentido e antevendo a revolução do sistema circulante que iria ser operado em 1985, foi criada uma nova moeda de 1$00 simples no seu desenho e claramente de transição. Esta moeda foi cunhada na liga de latão-níquel (79% de cobre, 20% de zinco e 1% de níquel), estreia na numária portuguesa, mais barata e simples de produzir se comparada com o bronze, e que posteriormente seria a base no novo sistema para as moedas de mais baixo valor. A moeda manteve-se em circulação até à introdução do Euro em 2002, embora a sua produção tenha sido abandonada em 1986. 


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2$50 (Cuproníquel)


KM# 590; AG - R.31.23
Autor:  Marcelino Norte Almeida
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 20 mm; Peso 3,5 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 25.420.000

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5$00 (Cuproníquel)


KM# 591; AG - R.37.20
Autor:  Marcelino Norte Almeida
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 24,5 mm; Peso 7 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 15.266.596

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25$00 (Cuproníquel)


KM# 610; AG - R.54.02
Autor:  Marcelino Norte Almeida
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 28,5 mm; Peso 11 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 19.954.000

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25$00 Região Autónoma da Madeira (Cuproníquel) 


KM# 4; AG - MD.01.01 (*)
Autor: Desenho proposto pelo Governo Regional (Manuela Granja)
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 28,5 mm; Peso 11 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 770.000
Foram cunhadas 12 000 colecções (25$00/100$00) em prata “proof”.
(Foi cunhada em 1981 e lançada em circulação em Maio de 1982)

(*) Nos livros de Krause/Mishler e de Alberto Gomes esta moeda está catalogada em moedas da Madeira


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100$00 Região Autónoma da Madeira (Cuproníquel) 


KM# 05; AG - MD 02.01 (*)
Autor:  Desenho proposto pelo Governo Regional (Manuela Granja)
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 34 mm; Peso 16,5 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 270.000 
Foram cunhadas 12 000 colecções (25$00/100$00) em prata “proof”.
(Foi cunhada em 1981 e lançada em circulação em Maio de 1982)

(*) Nos livros de Krause/Mishler e de Alberto Gomes esta moeda está catalogada em moedas da Madeira

A autonomia político-administrativa reconhecida pela Constituição da República às Regiões Autónomas, em obediência às suas características geográficas, constituiu uma das inovações mais significativas da lei fundamental aprovada no pós 25 de Abril. Justificou-se, pois, que essa autonomia regional fosse assinalada por uma emissão de moedas comemorativas, aproveitando-se a oportunidade para atribuir à região as receitas que, o Estado arrecadou através da emissão. A série correspondente à Região Autónoma da Madeira foi cunhada em 1981, com desenho proposto pelo Governo Regional, e lançada em circulação em Maio de 1982. Foi ainda produzida uma coleção em moedas de prata com toque 925 º/oo com acabamento especial proof com as mesmas características das moedas comemorativas correntes.  A série era composta por uma moeda de 25$00 e uma de 100$00. Os motivos eram semelhantes e foram selecionados pelo Governo Regional da Madeira e eram de autoria da escultora Manuela Granja. Assim, no anverso, apresentava as legendas “República Portuguesa” e “R.A.M.” no rebordo. Ao centro, na parte superior, o escudo nacional e o escudo da madeira e, por baixo, o valor facial. No reverso surgia no bordo a legenda “Região Autónoma da Madeira” e a era “1981”. No Campo, ao centro, a efígie de João Gonçalves Zarco descobridor oficial do arquipélago e, por baixo, a legenda “Zarco”

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25$00 Ano internacional do deficiente (Cuproníquel) 



KM# 624; AG - R.57.01
Autor:  Marcelino Norte Almeida (anverso) Armando Matos Simões (reservo)
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 28,5 mm; Peso 11 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 1.990.000
Foram cunhadas 10 000 colecções (25$00/100$00) em “BNC”
(lançada em circulação em Junho de 1984)

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100$00 Ano internacional do deficiente (Cuproníquel) 


KM# 625; AG - R.70.01 
Autor: Marcelino Norte Almeida (anverso) Armando Matos Simões (reservo)
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 34 mm; Peso 16,5 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 990.000
Foram cunhadas 10 000 colecções (25$00/100$00) em “BNC”
(lançada em circulação em Junho de 1984)

A exemplo da iniciativa da UNICEF e do secretariado do IYDP (International Year of Disabled Persons), de estabelecer um programa internacional de emissão de moedas para assinalar 1981 como o ano internacional das pessoas deficientes, dentro de uma vasta campanha, a nível mundial, o Governo determina que se proceda a uma emissão de moedas alusivas ao acontecimento. “Seguindo o critério adotado pelo Secretariado do IYDP para as emissões internacionais, também a emissão nacional de moedas contempla a representação em efígie de personalidades de mérito, que, ou alcançaram posições de relevo, a despeito das suas incapacidades, ou se distinguiram pelo contributo científico que puseram à disposição dos deficientes.

“É assim que a escolha recaiu sobre o nome de 2 portugueses ilustres: António Feliciano de Castilho, intelectual de grande prestígio na cultura portuguesa do século passado, e Jacob Rodrigues Pereira, judeu de origem portuguesa, considerado um dos beneméritos da humanidade por ter sido o iniciador de um método de ensino para surdos-mudos e autor da obra Observations sur les sourdes-muets, publicada em França no ano de 1762.”

Por sugestão da Comissão Coordenadora Nacional dos Organismos dos Deficientes (CCNOD), a INCM preparou uma amoedação alusiva ao Ano Internacional do Deficiente, tendo convidado em Maio de 1981 o escultor Armando Matos Simões para executar os desenhos.  Na estrutura monetária desta emissão seguiu-se o exemplo das moedas comemorativas das autonomias regionais (25$00 e 100$00 de cuproníquel), com uma alteração importante: o projeto original do escultor Matos Simões para o anverso comum, muito estilizado e sem uma clara perceção dos símbolos heráldicos nacionais, seria substituído pelo modelo de Marcelino Norte de Almeida primeiramente utilizado na moeda comemorativa do Marechal Carmona e nas moedas de Alexandre Herculano, iniciando-se assim uma prática de normalização da representação do Escudo Nacional nos anversos de amoedações comemorativas. Apesar de aprovada por despacho do secretário de Estado do Tesouro, Walter Marques, de 15 de Outubro de 1981, a publicação definitiva do diploma autorizando esta cunhagem só teve lugar em Janeiro de 1983

As duas moedas desta série acabariam por ser lançadas em circulação em Junho de 1984, por ocasião da abertura do XV Congresso Mundial de Reabilitação

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Portugal 1981



Foram vividos tempos de bastante instabilidade politica, no início da década de 80 com sucessivas demissões dos governos. O VII Governo Constitucional de Portugal tomou posse a 9 de Janeiro de 1981, sendo chefiado por Francisco Pinto Balsemão e constituído pela coligação formada pelo Partido Social-Democrata, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico. Terminou o seu mandato a 4 de Setembro de 1981, devido à demissão do Primeiro-Ministro. O VIII Governo Constitucional de Portugal tomou posse a 4 de Setembro de 1981, sendo chefiado por Francisco Pinto Balsemão e constituído pela coligação formada pelo Partido Social-Democrata, o Centro Democrático Social e o Partido Popular Monárquico.

Foi em 1980 que Portugal ficou a saber da existência das Forças Populares 25 de Abril (FP 25 de Abril, ou apenas FP 25), na sequência de um manifesto político lançado pela organização em 20 de abril daquele ano. Depois de algumas ações terroristas de intimidação e afirmação do movimento, como o atentado à bomba a de 3 de Fevereiro de 1981 contra o Banco do Brasil, as FP 25 começam a sentir uma oposição concreta da esfera política portuguesa e a condenação da sociedade. Assim, em 28 de Março de 1981, cerca de um ano depois da sua fundação, as FP 25 eram alvo de uma exigência política ao governo por parte do Partido Comunista Português para que impusesse imediatamente medidas para se pôr fim às "atividades terroristas" da organização. A 8 de Junho, também  a Assembleia da República aprovou uma lei anti-terrorista, por maioria. Todavia, as FP 25 não esmoreceram e aumentaram até o seu caudal de atividades, perpetrando um ataque à bomba em Felgueiras e reivindicando, em 28 de Outubro de 1981, a autoria de um atentado contra um industrial têxtil do Norte e um assalto efetuado alguns dias antes ao Banco Fonsecas & Burnay. Pouco tempo depois, a 14 de Dezembro, as FP 25 voltavam a atuar, assumindo a autoria de dois atentados, um em Lisboa e outro em Alcácer do Sal.

Carlos Paião foi o representante português na Eurovisão com o tema “Playback”. O tema é uma sátira ao uso excessivo de “playback”, uma técnica que permite aos cantores atuarem sem a necessidade de projetarem a voz, ou seja, mexendo apenas a boca. Apesar do sucesso da canção, que ainda hoje é conhecida por todos os amantes de música em Portugal, certo é que no certame o júri não ficou muito convencido. Com apenas 9 pontos conquistados, o português terminou em 18.º lugar, num concurso em que participaram 20 países.

Carlos Paião





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