2$50 (Cuproníquel)
Autor: Marcelino Norte Almeida
=//=
5$00 (Cuproníquel)
Autor: Marcelino Norte Almeida
25$00 (Cuproníquel)
Autor: Marcelino Norte Almeida
25$00 Região Autónoma dos Açores (Cuproníquel)
Autor: Desenho proposto pelo Governo Regional
100$00 Região Autónoma dos Açores (Cuproníquel)
Autor: Desenho proposto pelo Governo Regional
(*) Nos livros de Krause/Mishler e de Alberto
Gomes esta moeda está catalogada em moedas dos Açores
O primeiro decreto de lei que se refere à emissão comemorativa relativa à criação das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira referia na introdução: “A autonomia políticoadministrativa reconhecida pela Constituição da República às Regiões Autónomas, em obediência às suas características geográficas, económicas e sociais próprias e às tradicionais aspirações autonomistas das suas populações, constitui uma das inovações mais significativas da lei fundamental em vigor. Justifica-se, pois, que essa autonomia regional seja assinalada por uma emissão de moeda comemorativa, aproveitando-se a oportunidade para atribuir à região as receitas que, em princípio, o Estado arrecadaria através da emissão.” Assim, com desenhos definidos pelo Governo Regional dos Açores foi emitida em 1982, mas com data de 1980 a série comemorativa de duas moedas (25$00 e 100$00) ambas em cuproníquel. Nasceu assim, em 1980, um novo tipo de moedas de 100$00 de cuproníquel, destinadas às amoedações comemorativas. Os lucros desta amoedação reverteram para o orçamento regional, que também beneficiou dos lucros da comercialização de coleções de moedas de prata de toque 925 º/oo com acabamento especial proof e as mesmas características das moedas comemorativas correntes. A cunhagem de espécimes numismáticos em metal diferente do da emissão corrente constituiu também uma importante inovação na história monetária portuguesa contemporânea, tendo surgido na sequência de consultas feitas pela INCM a algumas entidades especializadas (revistas da especialidade e associações de colecionadores). A sua introdução em Portugal seguiu de perto o que já então se praticava mas emissões monetárias comemorativas inglesas, onde a cunhagem de moedas de liga pobre (cuproníquel) de curso legal e distribuição pública pelo valor facial, suportava a emissão de espécimes numismáticos do mesmo diâmetro e peso cunhados em discos de metal nobre (prata), destinados a serem vendidos aos colecionadores por um preço substancialmente superior ao valor facial, sem ofender os princípios básicos da numismática. O desenho proposto pelo Governo Regional apresentava no anverso a presença de cinco escudos das quinas estilizadas assente sob o valor facial e nove estrelas (representando as 9 ilhas Açoreanas). No reverso surgia o brasão de armas da Região Autónoma
1000$00 IV Centenário da Morte de Luís de Camões (Prata)
Como se refere na introdução do decreto-lei que
criou esta moeda: “É sem dúvida a cunhagem de moeda uma das formas perenes de
assinalar um facto, uma data, uma circunstância ou um Centenário da Morte de
Luís de Camões há pois que proceder também à emissão de uma moeda que, pelas
suas características e valor facial, atinja a finalidade pretendida.”
Na sequência da emissão comemorativa de
Alexandre Herculano, a INCM sugeriu em Abril de 1979 o estabelecimento de
programas regulares de cunhagem de moedas comemorativas, o primeiro dos quais
para o biénio 1979/1980, aproveitando-se a passagem de algumas efemérides
dignas de serem homenageadas em metal precioso: 4.º Centenário da Morte de
Pedro Nunes (1978), a lançar em 1979, 4.º Centenário da Morte e Luís de Camões,
em 1980. Destas só a última seria efetivada. Para esta última previa-se
inicialmente uma espetacular série de moedas, cobrindo todo o espectro
monetário possível (2$50, 5$00 e 25$00 de cuproníquel; 250$00 e 500$00 de
prata) e uma moeda de ouro com o valor facial de 5 mil escudos. Aprovadas as
propostas por despacho de 26 de Maio do Secretário de Estado do Tesouro, todo
este conjunto de iniciativas acabaria por ser adiado, devido a mais uma grande
subida das cotações internacionais do ouro e da prata, que impediram a fixação
das características e dos valores faciais das moedas a emitir. Regressada a
calma aos mercados de metais preciosos, em Maio de 1980 a INCM reformula a sua
anterior proposta, agora limitada ao centenário de Camões, sugerindo a emissão
de uma coleção de três moedas de prata, de 250, 500 e 1.000 escudos, e de uma
moeda de ouro de 10.000 escudos, com características semelhantes às da antiga
moeda de 5.000 réis da monarquia o que seria aprovado por despacho de 7 de
Junho do então Secretário de Estado do Tesouro. Nos dois projetos aprovados, da
autoria do Arquiteto José Pedro Roque Gameiro Martins Barata, e que seriam
depois sujeitos as várias alterações, a figura do homenageado era retratada de
forma bem diferente: para a moeda de ouro apresentava-se a efígie de Camões
envelhecido e angustiado, austeramente vestido; para as moedas de prata, a
figuração representava um busto de Camões sardónico, cortesão, elegante e
sedutor. Destas quatro moedas propostas, só a de 1.000 escudos acabaria por ser
cunhada, em 1982 (Decreto-Lei n.º 325/81, de 4 de Dezembro), e lançada em
circulação em Setembro de 1983, já depois de terem terminado as celebrações
nacionais, perdendo-se assim novamente a oportunidade de criar uma moeda de
ouro da República.
=//=
Portugal 1980
Em 1980, o salário mínimo em Portugal era de
7500 escudos. Um gelado Perna-de-Pau custava 12,50 escudos. Nesse ano, foram
celebrados 72 164 casamentos e José Cid ganhou o festival RTP da canção com Um
grande, grande amor, foi a primeira emissão a cores da televisão Portuguesa.
Dos mais 7 milhões de eleitores registados, quase 85% votaram nas legislativas
que deram a vitória à AD, coligação eleitoral entre o PSD, CDS e PPM - liderado
por Francisco Sá Carneiro, primeiro ministro indigitado.
1 de Janeiro de 1980, pelas 16h 42m 39s,
ocorreu um sismo de magnitude 6.9, com epicentro localizado no mar entre a ilha
Terceira e S. Jorge e profundidade estimada em 10km, que foi sentido em todas
as ilhas do arquipélago, à exceção das Flores e Corvo, matou 72 pessoas. Foi o
terramoto mais avassalador dos últimos 200 anos. Com o seu epicentro localizado
no mar entre a ilha Terceira e S. Jorge. Mesmo após o terramoto, Angra
preservou a melhor parte do seu património, pelo que em 1983 a UNESCO aceitou
integrar o centro histórico de Angra do Heroísmo na sua lista de sítios
classificados como Património Mundial da Humanidade.
4 de Dezembro de 1980, última semana de campanha eleitoral para as segundas eleições presidenciais do Portugal democrático do pós-25 de Abril, queda de um avião Cessna sobre o bairro das Fontaínhas, em Camarate, a norte de Lisboa, que vitimou o primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, outros três passageiros e os dois pilotos do avião. A queda continua por esclarecer. As várias investigações feitas ao caso trouxeram a público conclusões distintas e, quer a tese de acidente como a de atentado, foram várias vezes refutadas e outras tantas reforçadas. O que aconteceu realmente naquele fatídico dia continua por se descobrir. O que era para ter sido apenas uma viagem para apoiar o encerramento da campanha do general António Soares Carneiro, candidato da Aliança Democrática (AD) à Presidência da República, no Porto, transformou-se num dos maiores mistérios de sempre da história do país. O Cessna em que seguiam o então primeiro-ministro acompanhado pela sua companheira Snu Abecassis, Adelino Amaro da Costa e a mulher Maria Manuel Pires, o chefe de gabinete de Sá Carneiro e dois pilotos. As investigações começaram logo no próprio dia da tragédia e rapidamente se percebeu que havia peças do puzzle que não encaixavam e inúmeros testemunhos contraditórios (houve quem dissesse que o avião já estava em chamas quando embateu contra as habitações e quem alegasse que o Cessna já se tinha incendiado ainda antes de embater contra os cabos de alta tensão e ter caído). As autoridades concluíram inicialmente que o “acidente” tinha sido causado por falta de combustível e excluíram a tese de crime.
Sem comentários:
Enviar um comentário