13/01/2021

Moedas de Portugal emitidas no ano de 1980


2$50 (Cuproníquel)


KM# 590; AG - R.31.22
Autor:  Marcelino Norte Almeida
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 20 mm; Peso 3,5 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 22.318.993

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5$00 (Cuproníquel)


KM# 591; AG - R.37.19
Autor:  Marcelino Norte Almeida
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 24,5 mm; Peso 7 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 46.244.027

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25$00 (Cuproníquel)


KM# 610; AG - R.54.01
Autor:  Marcelino Norte Almeida
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 28,5 mm; Peso 11 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 750.000

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25$00 Região Autónoma dos Açores (Cuproníquel) 



KM# 43; AG - AÇ 01.01 (*)
Autor:  Desenho proposto pelo Governo Regional
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 28,5 mm; Peso 11 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 750.000 
Foram cunhadas 12 000 colecções (25$00/100$00) em prata “proof”.
(Foi emitida em 1982, mas com data de 1980)

(*) Nos livros de Krause/Mishler e de Alberto Gomes esta moeda está catalogada em moedas dos Açores

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100$00 Região Autónoma dos Açores (Cuproníquel) 


KM# 44; AG - AÇ 02.01 (*)
Autor:  Desenho proposto pelo Governo Regional
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 34 mm; Peso 16,5 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 270.000
Foram cunhadas 12 000 colecções (25$00/100$00) em prata “proof”.
(Foi emitida em 1982, mas com data de 1980)

(*) Nos livros de Krause/Mishler e de Alberto Gomes esta moeda está catalogada em moedas dos Açores

O primeiro decreto de lei que se refere à emissão comemorativa relativa à criação das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira referia na introdução: “A autonomia políticoadministrativa reconhecida pela Constituição da República às Regiões Autónomas, em obediência às suas características geográficas, económicas e sociais próprias e às tradicionais aspirações autonomistas das suas populações, constitui uma das inovações mais significativas da lei fundamental em vigor. Justifica-se, pois, que essa autonomia regional seja assinalada por uma emissão de moeda comemorativa, aproveitando-se a oportunidade para atribuir à região as receitas que, em princípio, o Estado arrecadaria através da emissão.” Assim, com desenhos definidos pelo Governo Regional dos Açores foi emitida em 1982, mas com data de 1980 a série comemorativa de duas moedas (25$00 e 100$00) ambas em cuproníquel. Nasceu assim, em 1980, um novo tipo de moedas de 100$00 de cuproníquel, destinadas às amoedações comemorativas. Os lucros desta amoedação reverteram para o orçamento regional, que também beneficiou dos lucros da comercialização de coleções de moedas de prata de toque 925 º/oo com acabamento especial proof e as mesmas características das moedas comemorativas correntes. A cunhagem de espécimes numismáticos em metal diferente do da emissão corrente constituiu também uma importante inovação na história monetária portuguesa contemporânea, tendo surgido na sequência de consultas feitas pela INCM a algumas entidades especializadas (revistas da especialidade e associações de colecionadores). A sua introdução em Portugal seguiu de perto o que já então se praticava mas emissões monetárias comemorativas inglesas, onde a cunhagem de moedas de liga pobre (cuproníquel) de curso legal e distribuição pública pelo valor facial, suportava a emissão de espécimes numismáticos do mesmo diâmetro e peso cunhados em discos de metal nobre (prata), destinados a serem vendidos aos colecionadores por um preço substancialmente superior ao valor facial, sem ofender os princípios básicos da numismática. O desenho proposto pelo Governo Regional apresentava no anverso a presença de cinco escudos das quinas estilizadas assente sob o valor facial e nove estrelas (representando as 9 ilhas Açoreanas). No reverso surgia o brasão de armas da Região Autónoma

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1000$00 IV Centenário da Morte de Luís de Camões (Prata)


KM# 6101; AG - R.153.01
Autor:  José Pedro Roque Gameiro e Martins Barata
Características: Prata (Ag 925)
Dia. 32 mm; Peso 17 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 200.000
Foram cunhados 40 000 exemplares em prata “BNC” e 9 965 ex. em prata “proof”
(Cunhada, em 1982 , e lançada em circulação em Setembro de 1983, mas com data de 1980)

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Como se refere na introdução do decreto-lei que criou esta moeda: “É sem dúvida a cunhagem de moeda uma das formas perenes de assinalar um facto, uma data, uma circunstância ou um Centenário da Morte de Luís de Camões há pois que proceder também à emissão de uma moeda que, pelas suas características e valor facial, atinja a finalidade pretendida.”

Na sequência da emissão comemorativa de Alexandre Herculano, a INCM sugeriu em Abril de 1979 o estabelecimento de programas regulares de cunhagem de moedas comemorativas, o primeiro dos quais para o biénio 1979/1980, aproveitando-se a passagem de algumas efemérides dignas de serem homenageadas em metal precioso: 4.º Centenário da Morte de Pedro Nunes (1978), a lançar em 1979, 4.º Centenário da Morte e Luís de Camões, em 1980. Destas só a última seria efetivada. Para esta última previa-se inicialmente uma espetacular série de moedas, cobrindo todo o espectro monetário possível (2$50, 5$00 e 25$00 de cuproníquel; 250$00 e 500$00 de prata) e uma moeda de ouro com o valor facial de 5 mil escudos. Aprovadas as propostas por despacho de 26 de Maio do Secretário de Estado do Tesouro, todo este conjunto de iniciativas acabaria por ser adiado, devido a mais uma grande subida das cotações internacionais do ouro e da prata, que impediram a fixação das características e dos valores faciais das moedas a emitir. Regressada a calma aos mercados de metais preciosos, em Maio de 1980 a INCM reformula a sua anterior proposta, agora limitada ao centenário de Camões, sugerindo a emissão de uma coleção de três moedas de prata, de 250, 500 e 1.000 escudos, e de uma moeda de ouro de 10.000 escudos, com características semelhantes às da antiga moeda de 5.000 réis da monarquia o que seria aprovado por despacho de 7 de Junho do então Secretário de Estado do Tesouro. Nos dois projetos aprovados, da autoria do Arquiteto José Pedro Roque Gameiro Martins Barata, e que seriam depois sujeitos as várias alterações, a figura do homenageado era retratada de forma bem diferente: para a moeda de ouro apresentava-se a efígie de Camões envelhecido e angustiado, austeramente vestido; para as moedas de prata, a figuração representava um busto de Camões sardónico, cortesão, elegante e sedutor. Destas quatro moedas propostas, só a de 1.000 escudos acabaria por ser cunhada, em 1982 (Decreto-Lei n.º 325/81, de 4 de Dezembro), e lançada em circulação em Setembro de 1983, já depois de terem terminado as celebrações nacionais, perdendo-se assim novamente a oportunidade de criar uma moeda de ouro da República.

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Portugal 1980


Em 1980, o salário mínimo em Portugal era de 7500 escudos. Um gelado Perna-de-Pau custava 12,50 escudos. Nesse ano, foram celebrados 72 164 casamentos e José Cid ganhou o festival RTP da canção com Um grande, grande amor, foi a primeira emissão a cores da televisão Portuguesa. Dos mais 7 milhões de eleitores registados, quase 85% votaram nas legislativas que deram a vitória à AD, coligação eleitoral entre o PSD, CDS e PPM - liderado por Francisco Sá Carneiro, primeiro ministro indigitado.

1 de Janeiro de 1980, pelas 16h 42m 39s, ocorreu um sismo de magnitude 6.9, com epicentro localizado no mar entre a ilha Terceira e S. Jorge e profundidade estimada em 10km, que foi sentido em todas as ilhas do arquipélago, à exceção das Flores e Corvo, matou 72 pessoas. Foi o terramoto mais avassalador dos últimos 200 anos. Com o seu epicentro localizado no mar entre a ilha Terceira e S. Jorge. Mesmo após o terramoto, Angra preservou a melhor parte do seu património, pelo que em 1983 a UNESCO aceitou integrar o centro histórico de Angra do Heroísmo na sua lista de sítios classificados como Património Mundial da Humanidade.

4 de Dezembro de 1980, última semana de campanha eleitoral para as segundas eleições presidenciais do Portugal democrático do pós-25 de Abril, queda de um avião Cessna sobre o bairro das Fontaínhas, em Camarate, a norte de Lisboa, que vitimou o primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, outros três passageiros e os dois pilotos do avião. A queda continua por esclarecer. As várias investigações feitas ao caso trouxeram a público conclusões distintas e, quer a tese de acidente como a de atentado, foram várias vezes refutadas e outras tantas reforçadas. O que aconteceu realmente naquele fatídico dia continua por se descobrir. O que era para ter sido apenas uma viagem para apoiar o encerramento da campanha do general António Soares Carneiro, candidato da Aliança Democrática (AD) à Presidência da República, no Porto, transformou-se num dos maiores mistérios de sempre da história do país. O Cessna em que seguiam o então primeiro-ministro acompanhado pela sua companheira Snu Abecassis, Adelino Amaro da Costa e a mulher Maria Manuel Pires, o chefe de gabinete de Sá Carneiro e dois pilotos. As investigações começaram logo no próprio dia da tragédia e rapidamente se percebeu que havia peças do puzzle que não encaixavam e inúmeros testemunhos contraditórios (houve quem dissesse que o avião já estava em chamas quando embateu contra as habitações e quem alegasse que o Cessna já se tinha incendiado ainda antes de embater contra os cabos de alta tensão e ter caído). As autoridades concluíram inicialmente que o “acidente” tinha sido causado por falta de combustível e excluíram a tese de crime.

Destroços do avião que transportava Sá carneiro

Sá Carneiro

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