08/02/2017

Moedas de Portugal emitidas no ano de 1953

X Centavos (Bronze) 


KM# 583; AG - R.10.13
Autor: Marcelino Norte de Almeida.
Características: Bronze (Cu 950; Zn 30; Sn 20)
Dia. 17,5 mm; Peso 2 g; Bordo liso; Eixo horizontal
Moedas emitidas: 7.547.800

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XX Centavos (Bronze)


KM# 584; AG - R.16.10
Autor: Marcelino Norte de Almeida.
Características: Bronze (Cu 950; Zn 30; Sn 20)
Dia. 20,5 mm; Peso 3 g; Bordo liso; Eixo horizontal
Moedas emitidas: 9.426.200

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50 Centavos (Alpaca)


KM# 577; AG - R.20.15
Autores: José Simões de Almeida e Alves Rego.
Características: Alpaca (Cu 610; Zn 200; Ni 190)
Dia. 22,8 mm; Peso 4,5 g; Bordo serrilhado; Eixo vertical
Moedas emitidas: 2.369.004

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20 Escudos (Prata)


KM# 585; AG - R.49.01
Autores: João da Silva
Características: Prata (Ag 835)
Dia. 34 mm; Peso 21 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 1.000.000

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Portugal em 1953:


A resolução da crise financeira que assolava o país desde o Ultimato Inglês no início da década de 1930 foi de tal forma marcante para o Estado Novo, que a sua primeira moeda comemorativa recorda 25 anos depois esse acontecimento histórico. Para tal foi cunhada em prata (toque 800/1000) a primeira moeda republicana de 20$00. A moeda constitui um belo trabalho de João da Silva, tendo José Rosas sido o gravador. Na verdade, foi em 1947 que foi votada a emissão de coleção comemorativa em ouro com as efígies do chefe do Estado Marechal Óscar Carmona e do presidente do Conselho de Ministros o Dr. Oliveira Salazar em dupla comemoração da Reconstrução Financeira do Estado e do 8.º Centenário da Conquista aos Mouros (1147-1947). Desconhecem-se as razões por que tal amoedação nunca se efetivou; contudo, ao completarem-se 25 anos da entrada de Salazar para o Governo, foi finalmente autorizada a cunhagem de moedas comemorativas da Renovação Financeira e do consequente "Ressurgimento" nacional, iniciados em 1928. De referir que, os primeiros desenhos e modelos para esta terceira moeda comemorativa republicana, foram da autoria do escultor residente da Casa da Moeda, Marcelino Norte de Almeida. No entanto, viria a ser aprovada a moeda de João da Silva, após grande polémica entre os dois escultores. O seu anverso seria depois utilizado nas moedas de prata correntes de 10$00 do novo tipo de liga adotada em 1954, após consulta do seu autor. «Os ensaios desta moeda existentes no Museu Numismático Português são a prova visível da polémica que então houve entre os dois artistas: a figura simbólica do Estado, de Norte de Almeida, é bem diferente da que seria adotada nas moedas de 20$00 de 1953, cunhadas em 1954. Como apontamento importante para a história desta moeda comemorativa, deve-se referir o facto a nova composição do anverso, que também serviu para os 10$00 (escudo das Armas Nacionais parcialmente sobreposto sobre a esfera armilar, ladeado pelo valor) ter recebido fortes críticas por parte do Instituto Português de Heráldica, não só pela inestética posição do escudo, mas também porque na sua bordadura figuravam torres e não castelos, um erro comum nas moedas modeladas por João da Silva, e que ainda hoje é frequente observar em inúmeras bandeiras nacionais de fabrico particular. Neste caso, contudo, a observação ainda foi a tempo de o escultor corrigir os gessos das moedas, cujo lançamento em circulação teve lugar a 26 de Abril, véspera do aniversário da entrada de Oliveira Salazar para o Governo. O modelo final caracteriza-se por apresentar bela composição simbólica numa das faces com figura feminina sentada a folhear um livro (símbolo do estudo). A moeda cunhada em 1954 foi datada de 1953 para ser mais fiel à efeméride. Foram cunhados três exemplares em ouro, oferecidos ao Presidente da República e ao Presidente do Conselho de Ministros, sendo o terceiro depositado no Museu Numismático. Na mesma lei foi ainda aprovada a substituição das moedas de 10$00 em circulação. A medida decorreu pela necessidade de normalizar o toque de prata destas moedas em relação às de 2$50 e de 5$00. Assim, as novas moedas passaram a ter toque de 680 por 1000. O autor foi também João da Silva, apresentando o anverso o desenho aplicado na moeda de 20$00 e no reverso o desenho das Caravelas aplicado na anterior série de prata. A anterior moeda foi imediatamente retirada de circulação.

Em 1953 a Câmara Municipal de Lisboa publicou a portaria número 69035, destinada a aumentar o policiamento em zonas então consideradas “quentes”.
Portaria 69035 de 1953:
«Verificando-se o aumento de actos atentatórios à moral e aos bons costumes, que dia a dia se vêm verificando nos logradouros públicos e jardins e, em especial, nas zonas florestais Montes Claros, Parque Silva Porto, Mata da Trafaria, Jardim Botânico, Tapada da Ajuda e outros, determina-se à Polícia e Guarda Florestais uma permanente vigilância sobre as pessoas que procurem frondosas vegetações para a prática de actos que atentem contra a moral e os bons costumes. Assim, e em aditamento àquela Postura nº 69035, estabelece-se e determina-se que o artº 48º tenha o cumprimento seguinte:

1º Mão na mão……………………2$50
2º Mão naquilo…………………15$00
3ºAquilo na mão………………30$00
4º Aquilo naquilo………………50$00
5º Aquilo atrás daquilo………100$00
Parágrafo único
Com a língua naquilo, 150$00 de multa, preso e fotografado.»

Inauguração do Hospital de santa Maria, O “Hospital escolar de Lisboa”, projetado em 1938 pelo arquiteto Hermann Distel,  foi inaugurado em 27 de Abril de 1953, data do 25º aniversario da entrada de Salazar para o governo.
A sua construção teve início em 1940 e terminou em 1953, tendo sido na altura considerada uma das maiores realizações do Estado Português até então. A história do hospital de Santa Maria remonta a 1934, aquando da aprovação do Decreto-lei relativo á criação da comissão administrativa dos novos edifícios universitários, no decurso das obras foi publicado um decreto-lei (em 1952) que integrou todos os hospitais no então Ministério do interior o que levou a que o inicialmente “Hospital Escolar de Lisboa” sob a tutela única do Ministério da Educação. Passasse a “Hospital de Santa Maria”, tutelado por dois ministérios o da educação e do interior. 

Hospital de Santa Maria em 1953

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