14/09/2017

Moedas de Portugal emitidas no ano de 1968

X Centavos (Bronze) 

KM# 583; AG - R.10.29
Autor: Marcelino Norte Almeida
Características: Bronze (Cu 950, Zn 30 Sn 20)
Dia. 17,5 mm; peso 2 g ; Bordo Liso; Eixo Horizontal
Moedas emitidas 21.515.000

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XX Centavos (Bronze) 

KM# 584; AG - R.16.24
Autor: Marcelino Norte Almeida
Características: Bronze (Cu 950, Zn 30 Sn 20)
Dia. 20,5 mm; peso 3 g ; Bordo Liso; Eixo Horizontal
Moedas emitidas 10.362.000

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50 Centavos (Alpaca)

KM# 577; AG - R.20.29
Autores: José Simões de Almeida e Alves Rego.
Características: Alpaca (Cu 610; Zn 200; Ni 190)
Dia. 22,8 mm; Peso 4,5 g; Bordo serrilhado; Eixo vertical
Moedas emitidas: 11.447.921

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1 Escudo (Alpaca)

KM# 578; AG - R.25.22
Autores: José Simões de Almeida e Alves Rego.
Características: Alpaca (Cu 610; Zn 200; Ni 190)
Dia. - 26,8 mm; Peso 8 g; Bordo serrilhado; Eixo vertical
Moedas emitidas: 4.099.000

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2$50 Escudos (Cuproníquel)

KM# 590; AG - R.31.07
Autor:  Marcelino Norte Almeida
Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 20 mm; Peso 3,5 g; Bordo serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 6.087.000

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5 Escudos (Cuproníquel)

KM# 591; AG - R.37.06
Autor: Marcelino Norte Almeida
 Características: Cuproníquel (Cu 750, Ni 250)
Dia. 24,5 mm; Peso 7 g; Bordo serrilhado; Eixo horizontal
Moedas emitidas: 5.022.600

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50 Escudos V Centenário do nascimento de Pedro Álvares Cabral (Prata)

KM# 593; AG - R.63.01
Autor: Marcelino Norte de Almeida
Características: Prata (Ag 650)
Dia. 34 mm; peso 18 g ; Bordo Serrilhado; Eixo Horizontal
Moedas emitidas 1.000.000

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Chegou ao Ministério das Finanças a sugestão da emissão de uma moeda alusiva ao Centenário de Pedro Álvares Cabral, com o valor facial de 50$00. Obtida a aprovação governamental, foi por sugestão da Casa da Moeda que seria reproduzida a efígie de Pedro Álvares Cabral representada num medalhão dos Jerónimos, curiosamente o único voltado para Ocidente, enquanto os restantes (entre os quais o de Vasco da Gama) estão voltados para Oriente. Apesar de estar cunhada com ano de 1968, a verdade é que foi cunhada e emitida em 1969 (o ano corresponde ao 5.º Centenário em comemoração, mas a lei de aprovação só foi emitida em 30 de Abril de 1969). A moeda foi cunhada em prata e inaugurou um novo valor em moeda, os cinquenta escudos, os quais seriam repetidas noutras moedas que completaram a série “Cabralina” assim, denominada em honra à primeira delas. A primeira teve autoria do mestre Marcelino Norte Almeida, que representou o navegador com desenho baseado em busto presente em medalhão do Mosteiro dos Jerónimos reverso, e no anverso um escudo da República coroado em estilo manuelino.
Efígie de Pedro Álvares Cabral representada no mosteiro dos Jerónimos

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Portugal em 1968


Os 40 anos de Salazar no poder e a queda da cadeira.
Em 1921, António de Oliveira Salazar é eleito deputado, cargo que ocuparia apenas durante 1 dia porque, segundo ele próprio viria depois a justificar, advogava uma renovação de objectivos e de processos de governação que aquela assembleia não viabilizaria. Voltaria ao activo político em 1926, depois da revolução ocorrida em Maio desse mesmo ano, quando aceitou ser Ministro das Finanças, cargo que ocupou durante apenas 13 dias.
Seria só em 1928 que a carreira política de António de Oliveira Salazar viria a solidificar. Nesse ano voltou a aceitar a pasta das Finanças depois de ter garantido junto dos militares que o seu ministério seria o único a poder autorizar despesas. Desde essa altura, António de Oliveira Salazar nunca mais abandonaria o poder.
O princípio do fim de Salazar começou a 03 de Agosto de 1968, no terraço do Forte de Santo António, no Estoril, quando o calista Augusto Hilário se preparava para lhe tratar dos pés.
Hilário emprestou-lhe o "Diário de Notícias". O ditador, que governava o país com punho de ferro e era "muito cabeça no ar" e deixou-se cair para uma cadeira de lona, com o peso, Salazar tomba para trás. Com violência, cai no chão e a cabeça dá uma pancada nas lajes do terraço do forte onde anualmente passava as férias, acompanhado pela governanta, Maria de Jesus, a famosa D. Maria.
Salazar levanta-se, atordoado. Queixa-se de dores no corpo, mas pede segredo sobre a queda nem quer que chamem os médicos.
Salazar era visto pelo seu médico assistente, professor Eduardo Coelho, de duas em duas semanas. A próxima visita seria daí a dois dias. Só então o chefe do Governo, ainda no forte, lhe contou que tinha batido com a cabeça no chão. O médico não adivinhou nada de bom. Salazar, de 79 anos, não tinha uma saúde de ferro.
Salazar volta ao trabalho. Queixa-se de dores de cabeça e arrasta ligeiramente a perna direita. Ainda assim, não manda avisar o médico e mergulha obstinado numa complexa remodelação do Governo. O Governo reúne-se pela primeira vez em 3 de Setembro. Salazar está pior. Não fala, limita-se a ouvir. Está pálido e curvado. Os ministros abandonam a reunião convencidos de que ele está muito doente.
Apenas em 5 de Setembro, o presidente do Conselho resolve chamar o médico que percebe imediatamente que o traumatismo craniano tinha provocado um hematoma. Salazar teria de ser operado, o mais tardar, no dia seguinte. Salazar é submetido a exames nos hospitais de São José e dos Capuchos. Está cada vez pior: não consegue responder às mais simples perguntas e nem se recorda em que Universidade se formou. Os médicos decidem operá-lo imediatamente. O sexto piso do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, é evacuado. O presidente do Conselho, às 23h00, dá entrada no quarto 68. A operação, terminou com êxito ao nascer do sol. Nos dias seguintes, o presidente do Conselho passeia pelo quarto e conversa. Ganha vida. Mas, a 16 de Setembro, sofre um profundo acidente vascular do lado direito do crânio. Fora operado do lado esquerdo para trepanação do hematoma. Entra em coma profundo. Os médicos perdem esperança. A morte é esperada a todo o momento. Os médicos, agora, não têm a mais pequena dúvida: mesmo que sobreviva à trombose, Salazar ficará inválido.
Américo Tomás, convoca o Conselho de Estado para o dia 17. Os conselheiros estão divididos quanto ao sucessor. De todos os candidatos, Marcelo Caetano, é o mais ambicioso e o que tem mais experiência política. Américo Tomás convida-o, na noite de 26 de Setembro, para formar Governo. Dá-lhe posse no dia seguinte. Salazar sobrevive à trombose, mas fica muito debilitado. Abandonou o Hospital da Cruz Vermelha e regressou à residência oficial de São Bento. Ninguém lhe disse que estava reformado e já não era chefe do Governo.
Primeira página da edição do “Diário de Lisboa” noticiando a morte de Salazar, (fictícia, de Outubro de 1968, quando se previa a qualquer momento a sua morte, edição que não chegou a ser emitida)

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