10 Centavos (Alumínio)
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50 Centavos (Bronze)
Dia. 22,5 mm; peso 4,5 g ; Bordo Liso; Eixo Horizontal
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1$00 (Bronze)
Dia. 26 mm; peso 8 g ; Bordo Liso; Eixo Horizontal
2$50 (Cuproníquel)
Autor: Marcelino Norte Almeida
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5$00 (Cuproníquel)
Autor: Marcelino Norte Almeida
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Portugal em 1975
Entre 1974 e 1975 viveu-se um dos períodos
mais ricos e agitados da História portuguesa recente. Um regime que parecia
eterno caiu num só dia. Sem censura, sem polícia política e sem guerra
colonial, o mundo parecia ao alcance da mão. Havia que experimentar tudo o que
durante 48 anos fora banido, da Coca-Cola ao Último Tango em Paris, do nudismo
à autogestão. Na rua, as coisas avançavam mil vezes mais depressa do que na
esfera institucional. Ter um Parlamento eleito e uma Constituição em andamento
era bom, mas sabia a pouco. Explodiu uma constelação de experiências, das
cooperativas de produção e distribuição às fábricas abandonadas pelos patrões
ou pelas multinacionais e geridas por quem lá trabalhava. O período ficou
conhecido por Verão Quente de 1975, uma época conturbada caracterizada por uma
certa anarquia no Governo, Forças Armadas e Sociedade. Proliferavam braços
armados, da extrema-esquerda à extrema-direita. A polícia não funcionava,
substituída pelos militares do COPCON, que, frequentemente, tomavam partido nas
ocupações de casas, fábricas ou terras. No final do Verão Quente de 1975, os
sectores básicos da economia estavam nacionalizados. Lisboa tinha, semana sim,
semana não, grandes manifestações de moradores, trabalhadores, estudantes e
soldados. No Norte havia bombas e arruaças contra as sedes do PCP e partidos
mais à esquerda. Lá se dizia que Portugal só começava de Rio Maior para norte e
que para baixo «era Moscovo».
O 25 de Novembro de 1975 foi reduzido por quase todos os comentadores ao confronto entre democracia ocidental e totalitarismo soviético. Duas semanas antes, Mário Soares e Álvaro Cunhal tinham protagonizado o famoso debate na RTP do «Olhe que não, doutor. Foram três horas e quarenta minutos de debate intenso com os dois principais rostos da resistência à ditadura a trocar galhardetes, mas também a defender as suas ideologias. Para a história do debate fica a célebre frase de Álvaro Cunhal que, passados 40 anos, continua bem presente no léxico português: “olhe que não doutor, olhe que não”. Antes, Mário Soares tinha acusado o secretário-geral do PCP de querer “transformar o país numa ditadura”.
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