1 Escudo (prata)
KM# 560; AG - R.22.01
Autor: Anverso Francisco dos Santos, Reverso José Simões de Almeida (Sobrinho)
Autor: Anverso Francisco dos Santos, Reverso José Simões de Almeida (Sobrinho)
Características: Prata (Ag
835)
Dia. 37 mm; Peso 25.g; Eixo vertical
Ano de cunhagem e
quantidades emitidas:
1914 - 1.000.000
KM# é a referência para identificar as moedas no livro World Coins, vulgarmente conhecido por "Krause"
AG é a referência usada no catalogo de Alberto Gomes “Moedas Portuguesas”
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A implantação da República
A revolução republicana
eclodiu às primeiras horas de 4 de Outubro de 1910. O Palácio das Necessidades e o Terreiro do
Paço foram bombardeados pela Marinha. Na madrugada de 5 de Outubro ainda havia
combates de artilharia na Avenida mas as tropas governamentais estacionadas no
Rossio insubordinaram-se e a República foi proclamada na Câmara Municipal de
Lisboa. A Família Real abandonou o País. Caía uma Monarquia com quase 800 anos.
Era substituída por um regime que se queria de total igualdade, liberdade,
justiça democrática e fraternidade.
A nova unidade monetária
A par de importantes medidas de consolidação
do novo regime, o Governo Provisório introduziu alterações nos símbolos
nacionais: destacam-se as mudanças da bandeira, do hino nacional e da unidade
monetária. Foi criado o escudo.
Origens do escudo
Antes da Revolução de 5 de Outubro já tinham
sido apresentadas à Câmara dos Deputados diversos projectos para a reforma do
sistema monetário português. Argumentava-se, genericamente, que o real, sendo
de ínfimo valor, se afastava das unidades monetárias dos outros países e que a
escrituração de muitos algarismos, mesmos em quantias pequenas, originava erros
e perdas de tempo. Num projecto de 1904, sendo Ministro da Fazenda Rodrigo
Afonso Pequito, propunha-se que o real fosse substituído pelo “luso”, com o
valor de 200 réis, unidade monetária que tinha como referência histórica e
geográfica a antiga Lusitânia. A rápida mudança dos governos fez com que este
projecto e outros que se lhe seguiram até 1910 não tivessem sido aprovados.
A nova moeda foi buscar o
nome ao inicio da II dinastia. O rei D. Duarte. quando decidiu retomar a
cunhagem em ouro, mandou bater os primeiros escudos, dado que era esta a figura
que aparecia representada na moeda. O escudo era assim uma moeda nobre por ser
fabricada naquele metal precioso. Deverá ter sido esta uma das razões que levou
os responsáveis do regime a designarem a nova unidade monetária desta forma.
História do Escudo
O Escudo foi criado 22 de
Maio de 1911, cinco meses após a proclamação da república, por decreto do então
governo provisório. A nova moeda renovou o sistema monetário português,
colocou a unidade
monetária portuguesa ao nível das dos outros países e evitou as desvantagens
práticas do real (Moeda da Monarquia), cujo valor era muito pequeno, o que
obrigava ao emprego de grande número de algarismos para representar na escrita
uma quantia. Assim, a taxa de conversão foi fixada em mil réis (reais).
As primeiras emissões em escudos
Nos primeiros tempos da República os
portugueses continuaram a utilizar as mesmas moedas e notas em réis, tendo
algumas delas a sobrecarga “República” a preto ou encarnado.
De acordo com o Decreto
com força de lei de 22 de Maio de 1911, as moedas da Monarquia deveriam ser
substituídas por novas moedas de prata de 1$00, 0$50, 0$20 e 0$10 e de bronze-níquel
de 0$04, 0$02, 0$01 e 0$005.
No art.º 13.º refere-se
que a cunhagem da moeda de prata ”será effectuada no prazo de três a quatro
anos, a contar da data da publicação d’esta lei, melhorando-se para isso
convenientemente os meios de que dispõe a Casa da Moeda”
Com efeito, a primeira
moeda cunhada com a efígie da República foi uma rupia, de 1912, destinada a
circular na Índia Portuguesa.
A cunhagem das novas
moedas correntes de prata iniciou-se mais de um ano depois da publicação do
decreto: As moedas de 0$50 são de 1912; as de 0$20 de 1913 e os primeiros 0$10
e 1$00 são de 1915. Estas magníficas moedas são da autoria de Simões de Almeida
(Sobrinho) e foram gravadas por Alves do Rego.
As primeiras moedas de
1$00 a entrar em circulação foram moedas, em prata, comemorativas da
proclamação da República, em 1914. O anverso desta moeda “Alvorada” é da
autoria de Francisco dos Santos, e o reverso, “Escudo”, de Simões de Almeida
(Sobrinho). O gravador foi Alves do Rego. Os lucros da amoedação destinaram-se
às despesas da defesa nacional num momento em que se aproximava a Primeira
Guerra Mundial. Também a primeira nota em escudos é emitida pelo Banco de
Portugal apenas em 1914. Inicialmente concebida para ser emitida com o valor de
5000 réis, prata, foi depois modificada para a nova unidade monetária.
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