29/03/2016

Moedas de Portugal emitidas no ano de 1925

5 Centavos (Bronze)

KM# 572; AG - R.06.02
Autores: Francisco dos Santos e Alves do Rego.
Características:Bronze (Cu 960; Zn 40)
Dia. 19 mm. Peso 3 gr; Bordo serrilhado; Eixo vertical
moedas emitidas: 7.260.000

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10 Centavos (Bronze)

KM# 573; AG - R.09.02
Autores: Francisco dos Santos e Alves do Rego. 
Características: Bronze (Cu 960; Zn 240)
Dia. 22 mm; Peso 4 g; Bordo serrilhado; Eixo vertical
Moedas emitidas: 9.090.000

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20 Centavos (Bronze)

KM# 574; AG - R.15.02
Autores: Francisco dos Santos e Alves do Rego.
Características: Bronze (Cu 960; Zn 40)
Dia. 24 mm; Peso 5 g; Bordo serrilhado; Eixo vertical
Moedas emitidas: 19.700.643

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50 Centavos (Bronze-Alumínio)

KM# 575; AG - R.19.02
Autor: José Simões de Almeida (Sobrinho)
Características: Bronze-Alumínio (Cu 950; Al 50)
Dia - 23 mm; Peso - 4 g; Bordo serrilhado; Eixo vertical
Moedas emitidas: 3.212.149 (1)

(1) A moeda de 50 centavos de 1925 é a segunda mais rara da república Portuguesa depois do centavo de 1922, existem no mercado muitas moedas viciadas da de 1926 e também muitas falsas provenientes da China, depois de muita pesquisa vou resumir as aqui as minhas conclusões.
Decorriam anos difíceis e a escacês da matéria-prima abundava, sendo o alumínio uma liga cara e escassa na época, as instruções era de reduzirem a liga de alumínio no Bronze alumínio o que foi feito. Ao ficarmos com uma liga mais económica mas mais dura tivemos uma fabricação de moedas das mais complicadas que há conhecimento nos últimos anos, pois os cunhos não aguentavam tal dureza e ao fim de pouco tempo em uso fendavam. Terá sido utilizado mais que um cunho? Parece que sim.
Nesse ano dada a crise que se arrastava em Portugal, e motivado por um empréstimo cedido pela Inglaterra. Portugal teve de entregar como caução à Inglaterra cerca de 50 toneladas de prata, e assim as moedas de prata retiradas de circulação.
A utilização dos cunhos de 1925 foi feita entre 18 de Janeiro e 12 de Maio de 1926 e que se estima terem cunhado 3 212 149 ex. A recolha total dos três anos (24, 25 e 26) foi de 75,5%, dessa percentagem, o número das de 1925 poderá ser muito grande, dada a escassez dela atualmente.
O Banco de Portugal publicou em 2001, pela mão do Professor Nuno Valério, um estudo num livro de 540 páginas, sobre todas as emissões do escudo, de onde foram retirados estes dados.
A moeda de 50 centavos em bronze-alumínio, com peso de 4,00 g e diâmetro de 23mm, foi criada pelo Decreto-lei nº 9719, de 23 de Maio de 1924, para substituir todas as cédulas e notas de 1 escudo e de cinquenta centavos então em circulação.
O total que este Decreto autorizou como limite de cunhagem, para a moeda de $50, foi de 20 milhões de escudos, portanto 40 milhões de moedas.
Destas novas moedas de 50 centavos foram emitidas 15.150.000 entre 1924 e 1927.
A emissão cessou nos termos do Decreto-lei nº 13797 de 21 de Junho de 1927 e as moedas de bronze-alumínio foram substituídas pelas de alpaca, criadas pelo Decreto-lei 13797 de 21 de Junho de 1927.
As emissões indicadas pela Casa da Moeda são para os anos económicos da contabilidade pública, iniciados em 1 de Julho de cada ano civil e terminados em 30 de Junho do ano civil seguinte:
ANO CIVIL 1923-1924 = 150.000$00 = 300.000 moedas de 50 centavos
ANO CIVIL 1924-1925 = 255.000$00 = 510.000 moedas de 50 centavos
ANO CIVIL 1925-1926 = 3.678.000$00 = 7.356.000 moedas de 50 centavos
ANO CIVIL 1926-1927 = 3.492.000$00 = 6.984.000 moedas de 50 centavos
Total:…………….....…..= 7.575.000$00 = 15.150.000 moedas de 50 centavos


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Portugal em 1925:


Em 1925 deu-se o maior escândalo financeiro da história do escudo, Portugal ficou a conhecer, Artur Virgílio Alves dos Reis, foi certamente o maior burlão da história portuguesa e possivelmente um dos maiores do Mundo. Foi o cabecilha da maior falsificação de notas de banco da História: as notas de 500 escudos, em 1925. Cedo começaram as falsificações (desengane-se quem pensa que as notas de 500 escudos foram a sua estreia). Em 1916, emigrou para Angola, para tentar fazer fortuna. Aí, fez-se passar por engenheiro, falsificando um diploma de Oxford, de uma escola politécnica que nem sequer existia.
Mas passemos o caso das notas de 500 escudos: foi durante o tempo da prisão (a que foi condenado por ter tentado apoderar-se da companhia Ambarca passando cheques sem cobertura) que Alves dos Reis concebeu o seu plano mais ousado. A sua ideia era falsificar um contrato em nome do Banco de Portugal – o banco central emissor de moeda, e que na altura era uma instituição parcialmente privada o que lhe permitiria obter notas ilegítimas mas impressas numa empresa legítima e com a mesma qualidade das verdadeiras.
Alves dos Reis preparou um contrato fictício e conseguiu que este contrato fosse reconhecido notarialmente. Conseguiu ainda que o seu contrato fosse validado pelos consulados da Inglaterra, da Alemanha e França. Traduziu o contrato em francês e falsificou assinaturas da administração do Banco de Portugal. Dirigiu-se a uma empresa de papel-moeda holandesa, mas esta remeteu-os para a empresa britânica Waterlow & Sons Limited de Londres, que era efectivamente a casa impressora do Banco de Portugal. O alegado objectivo das notas era conceder um grande empréstimo para o desenvolvimento de Angola. Cartas do Banco de Portugal para a Waterlow & Sons Limited foram também falsificadas por Alves dos Reis.
 Ao longo de 1925 começaram a surgir rumores de notas falsas, mas os especialistas de contrafacção dos bancos não detectaram nenhuma nota que parecesse falsa. A partir de 23 de Novembro de 1925, Alves dos Reis e os negócios pouco transparentes do Banco de Angola e Metrópole começam a atrair a curiosidade dos jornalistas de O Século – o mais importante diário português de então. A burla é publicamente revelada em 5 de Dezembro de 1925 nas suas páginas. Alves dos Reis é preso a 6 de Dezembro, quando se encontrava a bordo do “Adolph Woerman” ao regressar de Angola. Surpreendentemente tinha apenas 28 anos nesse momento.
Nota de 500$00 falsificada por Alves dos Reis

Foto de Alves dos Reis


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