27/05/2017

Moedas das Ex-Colónias Portuguesas emitidas em 1961

Angola 

50 centavos (Bronze)

KM# 75; AG - AG.16.06
Autor: Marcelino Norte de Almeida
Características: Bronze (Cu 960, Sn 20, Zn 20)
Dia. 20 mm; peso 4 g ; Bordo Liso; Eixo Horizontal
Moedas emitidas 8.750.000

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Guerra do Ultramar



Os trabalhadores das plantações de algodão da Baixa do Cassange (norte de Angola) revoltam-se, contra a cultura obrigatória de algodão, e iniciam uma greve. Esta revolta seria duramente reprimida pelas autoridades coloniais.
A 4 de fevereiro, o Movimento Popular e Libertação de Angola (MPLA), que era apoiado pela União Soviética e por Cuba, atacou a prisão de São Paulo, em Luanda, e uma esquadra da polícia. Foram mortos sete polícias. E no norte do território, a UPA (União das Populações de Angola), que se dedica sobretudo à guerrilha rural, desencadeou vários ataques contra a população branca. 15 de Março, Início da guerra colonial depois dos ataques da UPA no Norte de Angola.
Um grupo de 60 estudantes de Angola, Moçambique, Cabo Verde e de outras colónias fogem de Portugal e da ditadura de Salazar para se juntarem à luta de libertação. A fuga clandestina mudou o futuro dos países africanos de expressão portuguesa. Alguns destes nacionalistas viriam a ser presidentes, ministros, generais ou médicos e teriam um papel relevante na condução do destino dos seus países. Os ex-Presidentes de Cabo Verde, Pedro Pires, e de Moçambique, Joaquim Chissano, fazem parte dos jovens que deixam Lisboa, Coimbra e Porto, com o apoio do Conselho Mundial das Igrejas. A fuga passa por Espanha, França e Alemanha.


Desembarque das tropas Portuguesas em Luanda 1961

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Índia Portuguesa 

10 centavos (Bronze)

KM# 30; AG - IN.13.03
Autor: Marcelino Norte de Almeida
Características: Bronze (Cu 950 Zn 30 Sn 20)
Dia. 18 mm; peso 2 g ; Bordo Liso; Eixo Horizontal
Moedas emitidas: 1.000.000

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Queda de Goa, Damão e Diu


A 17 de Dezembro de 1961, o exército da União Indiana invadiu - sem declaração de guerra - o Estado da Índia Portuguesa. Foram necessárias apenas 36 horas para terminar com o domínio português em Goa, Damão e Diu, que durava há mais de 450 anos.
A intervenção do exército da Índia, ficou marcada pelo desequilíbrio das forças militares: 3300 soldados portugueses contra 45 mil indianos. Neste curto confronto registaram-se 65 mortos.
Salazar recusou-se a aceitar a perda dos territórios na Índia, mantendo-os representados na Assembleia Nacional. Só após o 25 de Abril de 1974 é que a soberania indiana foi reconhecida
Esta história começou a ser escrita em 1947, quando os britânicos deram a independência à Índia e Portugal se recusou a devolver os territórios que tinha sob seu domínio.
Rendição dos soldados Portugueses contra a vontade de Salazar.

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Moçambique

10 centavos (Bronze)

KM# 83; AG - MÇ.03.00
Autor: Marcelino Norte de Almeida
Características: Bronze (Cu 950, Zn 30, Sn 20)
Dia. 16 mm; peso 1,8 g ; Bordo Liso; Eixo Horizontal
Moedas emitidas 10.300.000

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20 Centavos (Bronze)

KM# 85; AG - MÇ.07.01
Autor: Marcelino Norte de Almeida
Características: Bronze (Cu 950, Zn 30, Sn 20)
Dia. 18 mm; peso 2,5 g ; Bordo Liso; Eixo Horizontal
Moedas emitidas 12.500.00

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Principio da queda do império Português


A sucessão de independências no continente africano nos anos 1950 provoca uma consciencialização dos povos de Angola, de Moçambique e da Guiné na luta pela libertação. De um momento para o outro, o ano de 1961 torna-se um rastilho. A eclosão da Guerra Colonial, com início em Angola nos começos de 1961, inscreve-se num processo de fundo que abrangeu todos os impérios coloniais europeus, a partir da Segunda Guerra Mundial, tocando, numa primeira fase, os territórios da Ásia e, desde meados da década de 1950, os do continente africano, que, na grande maioria, se tornaram independentes durante a vaga de descolonização entre 1957 a 1962. Para Portugal, este processo começou por refletir-se numa forte pressão em relação à Índia portuguesa, reivindicada pela União Indiana desde 1947. Só mais tarde se tomou consciência nos meios dirigentes nacionais de que a África negra não ficaria imune à evolução, num prazo curto, afetando também a Guiné, Angola e Moçambique.

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